sexta-feira, 14 de junho de 2013

Frei Beto e seu último livro

Frei Beto e seu último livro

Para quem não sabe Frei Beto, é frade dominicano, no último dia 13 de junho, lançou seu 56º livro, pela Editora Saraiva, na coleção, o que a vida me ensinou, com o título: O desafio é sempre imprimir sentido à existência.
Estive no lançamento acompanhando dois grandes amigos. Até chegarmos ao local do lançamento revivi as experiências dos tempos em que Frei Beto relata em seu livro 1964-1985. Tentamos subir a Rua da Consolação, mas a tropa de choque da Polícia Militar estava para enfrentar os manifestantes que tentam conseguir das autoridades constituídas a redução no preço das passagens, na Capital. Meus amigos ficaram perplexos, quanto a mim já vi esse filme muitas vezes, precisamente nos anos 1976-1979, quando fiz uma experiência vocacional no Instituto da Filhas de Maria Auxiliadora, as Salesianas de Dom Bosco. Concluí que a polícia continua com a mesma metodologia dos tempos da ditadura. 
No meio dos manifestantes, infiltram-se os descompromissados com os ideais do movimento: quebram, saqueiam, anarquizam, manchando o ideal de poucos, mas a polícia entra em ação para "manter a ordem". Homens com o poder da farda, alimentados pelos salários injustos, estressados com suas duplas jornadas, partem para cima dos manifestantes e o resultado está na grande mídia, não vou me alongar aqui.
Volto ao livro assunto motivador desse nosso encontro.
Ao voltarmos do evento, assumimos o compromisso de lermos e marcarmos um encontro para debater. Por mim, estou pronta, me sinto, como aquele pequeno aluno, que após concluir a leitura sugerida pelo professor levanta a mão indicando: "Já li professor, posso ler outro texto?"
O autor inicia afirmando: O que me fez ser o que sou, acrescentando os seguintes temas: por que sou escritor; prisão sob a ditadura militar; a morte de Tancredo Neves; quando virei pai do meu irmão; ser pós-moderno e/ou ser feliz; o dever de ser ético; quem faz a nossa cabeça; o mundo em que vivemos; teologia da libertação; o repulsivo corpo de Cristo; a espiritualidade que almejo e dez conselhos para viver a religião no século XXI.
No primeiro capítulo, página 17, ao falar da JEC, Juventude Estudantil Católica, explica o método utilizado por toda Ação Católica: Ver, Julgar e Agir, compre o livro, leia e aprenda com o autor, como aplicar o método.
No capítulo da espiritualidade almejada, o autor declara: "A espiritualidade de Jesus se compunha de dois elementos, um vertical - a intimidade com Deus -, e outro horizontal: o seu amor, a sua relação com os outros, sobretudo com os pobres e com a natureza. Amor para Jesus não era mero sentimento. Amor, no Evangelho, é uma motivação que se traduz em ação de justiça. Só há amor quando há fruto de justiça." Ainda nesse capítulo, questiona sobre a importância da política para quem possui espiritualidade e  nos questiona com a pergunta: "O que a política tem a ver com a espiritualidade? Responde: "A política é o modo mais perfeito de caridade", dizia o papa Pio XI. Através de minha generosidade, posso doar um prato de comida para um pobre. Através da política, acabo com a fome e a pobreza." E corajosamente afirma para o leitor que tem dificuldade em entender a espiritualidade: " A espiritualidade é, como a sexualidade, uma dimensão constitutiva do ser humano."
E conclui afirmando: "espiritualidade e religião se complementam mas não se confundem. A espiritualidade existe desde que o ser humano irrompeu na natureza, há mais de 200 mil anos. As religiões são recentes, não ultrapassam 8 mil anos de existência. A religião é uma instituição; a espiritualidade, uma vivência..."
Deixo a sugestão da leitura e para quem tem o livro, leia, vale apressar a leitura, vamos encontrar motivação para superarmos os desafios que sempre imprimem sentido à existência.
Obrigada Frei Beto por este dom, Parabéns a Editora Saraiva pelo lançamento.Obrigada aos amigos pela companhia fraterna no lançamento. 
.

Nenhum comentário :

Postar um comentário